...e tudo tem um fim

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os devaneios acabaram.
Sim, não foram muitos, tampouco foram bons o suficiente para que isto se tornasse um espaço "perene".




Forçados? Alguns sim...







Muito sinceros.



IO.

Alcoolismo: luta e superação

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


Perseverança. Esta é a palavra de ordem para livrar-se do alcoolismo, “doença de determinação fatal”, disse Valter Evangelista da Silva, fotógrafo baiano, 79 anos, coordenador do grupo Alcoólicos Anônimos (AA) Nova Esperança, em Cachoeira – Bahia. Em depoimento dado aos estudantes do curso de jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Valter contou sua experiência e luta contra o vício, que começou já na sua adolescência. “Jovem não dá importância para o perigo... começa devagar, mas quando menos se espera ele perde o controle”, alerta.

Já na idade adulta o alcoolismo fez com que começasse a ter problemas no trabalho, chegando a ficar desempregado em várias ocasiões. Seu Valter, como costuma ser chamado, também foi fumante e, embora quase 50 anos após abandonar o cigarro, diz que ainda possui resquícios do tabaco no organismo.

Para ele o álcool é porta de entrada para outros vícios e, além disso, “desmoraliza e joga o homem na sarjeta”.

Questionado sobre as diferenças entre o alcoólatra e o bebedor social, Valter respondeu que o bebedor social sabe qual o seu limite, diferentemente do alcoólatra que “bebe por tudo, até pra trabalhar e comer”.

Tentação e auxílio

A consciência de que precisava de tratamento chegou em 1989, quando decidiu procurar por ajuda no AA de Salvador. Segundo ele, o apoio da família foi fundamental, assim como a freqüência regular na terapia de grupo, baseada em depoimentos dos que procuram abandonar o vício, e de 12 princípios tradicionais da irmandade.

A tarefa árdua de manter-se sóbrio é constante e para a vida inteira. “É como a diabetes, não tem cura, mas tem tratamento. O tratamento é não beber”, exemplifica Valter.

O desafio de manter o primeiro gole é grande, ainda mais com a propaganda massiva empresas de bebidas e da facilidade com que se pode obter a droga lícita mais consumida no Brasil. Valter pondera que a publicidade tem influência no alto consumo dos brasileiros, mas que o Estado deve investir na “diminuição do alcoolismo e auxílio no tratamento dos doentes”. Valter lembra que o AA não condena a venda de bebidas.

Em meados da década de 1990, Valter fundou um grupo dos AA em Cachoeira, que hoje possui 12 membros e suas sessões acontecem aos domingos, das 10h às 12h. “Estou há 20 anos sem beber, me orgulho disso, e hoje posso ajudar a quem quiser largar esse mal.”

Joaquim Bamberg

Lazer e entretenimento em Cachoeira

O calendário de festas populares de Cachoeira já é muito conhecido: Festa de Nossa Senhora da Ajuda, Festa da Irmandade da Boa Morte, Santa Bárbara, São João/Feira do Porto. Festas essas que são bastante aguardadas e entretém a população da cidade e da região. Mas e durante os momentos de lazer no período entre - festas, quais são as alternativas de entretenimento para os habitantes?

Diversão na cidade

Há os que preferem o velho “baba” nos finais de semana, como o motorista Josué Oliveira, 36 anos, morador de Cachoeira. “A gente monta uma associação com os amigos e o futebolzinho tá garantido no Campo da Manga”, campo de futebol público localizado na Avenida Beira Mar, bastante freqüentado também por jovens e estudantes da cidade.

As praças da cidade também são lugares de distração para famílias, principalmente para as crianças.

O local campeão de freqüentação é a famosa Rua 25 de Junho, conhecida por seus barzinhos. Ana Márcia Borges, 25, vendedora, que costuma visitar o local nos finais de semana com os amigos, diz: “é bom uma cervejinha e um tira gosto pra jogar conversa fora... mas tem que ‘manerar’ (risos)”.

Pouca diversidade

Reclamações sobre as limitações dos locais para lazer não faltam. Igor Andrade, 44, representante de vendas, diz que se sente alheio às alternativas da cidade e procura lazer fora dos domínios de Cachoeira. “Sempre que posso nos finais de semana vou à praia em Salvador com meus filhos, ao cinema, teatro. Aqui não tem por onde correr, ou você dá um passeio na cidade ou fica enfurnado em casa”.

O discurso de Júlia Rezende, 39, gerente de vendas, é o mesmo. Segundo ela os atrativos da cidade são poucos, e os existentes não a agradam. “Eu não costumo ir a bares nem festas, então a minha saída é passear no shopping e pegar um filme”, refere-se Júlia a atrações em Feira Santana, cidade a 60km de Cachoeira.

Joaquim Bamberg

Paraguaçu - Patrimônio esquecido

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Um dos mais importantes cenários da história do Recôncavo da Bahia hoje não aparenta ter muito prestígio. O Paraguaçu, maior rio genuinamente baiano, que tem sua nascente na Chapada Diamantina, já teve dias melhores.

O rio, que já foi a principal via de escoamento da produção agrícola e manufatureira do Recôncavo para a capital, Salvador, encontra-se esquecido quando o assunto é o potencial turístico e econômico. A degradação ambiental no baixo curso do Paraguaçu, no trecho entre as cidades de Cachoeira e São Félix e o município de Maragogipe, exerce influência no estado de subutilização em que se encontra.

Alternativas para revitalizar

A falta de políticas e projetos para a revitalização cultural e econômica do rio Paraguaçu já foi muito questionada pelos habitantes que vivem às suas margens. “A pesca e os passeios aqui já foi muito melhor, o lixo e a poluição afasta o povo e mata os peixes”, disse o barqueiro Luís Jesuíno, morador de Cachoeira.

Rotas turísticas náuticas serviriam de grande atrativo para turistas, e alternativa de lazer para a população das cidades banhadas pelo rio, movimentando a economia da região. Investimentos por parte dos governos nessa área favoreceriam a criação de hotéis, pousadas e restaurantes.

O esporte náutico, hoje praticamente inexistente na região, poderia ser outra alternativa para o processo de revitalização. Exemplo disso foi o evento ocorrido no início do ano, Regata do Paraguaçu, que contou com velejadores franceses e baianos, e movimentou a economia durante o final de semana em que ocorreu a regata. O evento coroou o ano da França no Brasil. “Foi fantástico navegar no rio até a barra. É muito gostoso navegar num lugar como esse, com uma paisagem tão linda”, comentou o agrônomo e velejador nas horas vagas, André Bouza, impressionado com a beleza e o potencial turístico inegável da localidade.

Patrimônio da humanidade

A UNESCO, juntamente com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Governo da Bahia, elabora um projeto que visa tornar o baixo Paraguaçu Patrimônio Cultural da Humanidade. Se alcançado esse status, o trecho do rio passará a receber mais investimentos tendo em vista manter o aspecto ambiental em boas condições e preservar a identidade cultural da região. Assim, talvez, o rio ganhe na prática a sua devida importância.


Joaquim Bamberg

Comentário - "A melhor profissão do mundo" - Gabriel García Márquez

quinta-feira, 5 de novembro de 2009


O ponto de vista crítico acerca da formação jornalística, e da profissão jornalismo, dá o tom do texto de Gabriel García Márquez. E, de fato, é coerente com o que se apresenta na atualidade. A tão discutida mercantilização do ensino infelizmente é um processo que estimula e encabeça a inabilidade dos recém saídos do curso superior de jornalismo, aliás, não só deste, mas como de qualquer curso superior.

Os aspectos técnico-científicos, muitas vezes insuficientes, são importantíssimos para a construção de qualquer profissão; mas a experiência, vivência, a formação cultural não é fornecida nas escolas superiores. Formação cultural que o autor preconiza como essencial para a prática jornalística. A leitura como hábito frequente é portal para aquisição de conhecimento e da capacidade de análise crítica do conteúdo que se lê, como o próprio García Marquez cita que em muitos casos os iniciantes na profissão são desprovidos dessa capacidade: “Em sua maioria, os formados chegam com deficiências flagrantes, têm graves problemas de gramática e ortografia, e dificuldades para uma compreensão reflexiva dos textos”.

A necessidade cega de ferir contra a ética tem como baluarte a própria estrutura da profissão, da notícia em primeira mão, propalada a qualquer custo. No entanto o autor infere que o melhor resultado não obrigatoriamente será a notícia em primeira mão, e sim a que for mais bem trabalhada.

Outro fator importante para o declínio na qualidade do jornalismo está na condição díspar entre o avanço tecnológico e, detrimento da formação da máquina principal, que é o profissional do jornalismo em si. O avanço tem “servido para antecipar e agravar a agonia cotidiana do horário de fechamento”, mas em contrapartida trouxe o dinamismo, a velocidade informacional jamais imaginada.

Todas as adversidades enumeradas pelo texto são de algum modo equivalentes em todas as profissões. Não há no mundo qualquer profissão em que não se encontre problemas de diversas ordens. A responsabilidade de efetuar um bom trabalho é comum a todas. Dificuldades podem sim ser superadas por aqueles que têm amor pelo que desempenham.